Pesquisar este blog

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Depoimento da professora Amanda Gurgel


professora Amanda Gurgel tomou as atenções da mídia brasileira neste mês de maio ao relatar, em plena audência pública da Câmara de Deputados do Rio Grande do Norte, a difícil situação com a qual ela e outros professores têm que conviver no estado.

Tida já como uma espécie de heroína da classe, Amanda resumiu as precárias situações com as quais os professores públicos convivem - desde o salário de 930 reais por turno até mesmo a não poderem sequer dividir a merenda dos alunos.

"Os deputados deveriam estar todos constrangidos com aeducação no Estado do Rio Grande do Norte e no Brasil. Não aguentamos mais a fala de vocês pedindo para ter calma. Entra governo, sai governo, e nada muda. Precisamos que algo seja feito pelo estado e pelo Brasil. O que nós queremos agora é objetividade", disse a professora.

Confira abaixo na íntegra o depoimento da professoraAmanda Gurgel:

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Livro didático adotado pelo MEC causa muita polêmica

Livro defende que não há certo e errado e sim adequado e inadequado


O livro didático adotado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) “Por uma Vida Melhor” mal começou a ser distribuído nas redes públicas escolares do Brasil e já está dando o que falar , por defender o conceito de que não mais existe o certo ou errado e sim o adequado e inadequado na Língua Portuguesa.

O livro, por exemplo, defende que é adequado, dependendo da ocasião, falar ‘os livro' ou ‘nós pega o peixe’.

Na página 15 é citada  que a pessoa pode fazer a concordância ‘inadequada’ do verbo, mas deve ficar atenta para não sofrer preconceito linguístico.

Os autores sugerem que a fala popular, contendo erros, é válida e deve ser aceita pelos outros." Na moda do politicamente correto,defende-se o endosso a falar errado para evitar o preconceito linguistico", criticou o jornalista Alexandre Garcia.
Os autores  sugerem que o estudante aprenda a norma culta da gramática e também a norma popular  para que faça opção de uso, dependendo da ocasião. 

O Ministério da Educação disse que continuará a observar a norma culta da Língua Portuguesa em vestibulares.


Para o professor Sérgio Nogueira, existe uma inversão de valores por parte do MEC."Todos pagamos pelas escolas públicas.Você pagaria para que seu filho vá à escola para falar uma língua que não será precisa, que ele pode aprender a falar sozinho?", indagou.

Fonte: A Tribuna News/Juliana Santos

terça-feira, 3 de maio de 2011

A EDUCAÇÃO DO RICO VERSUS A EDUCAÇÃO DO POBRE


Izabel  Sadalla  Grispino *
A realidade educacional no Brasil é tema inquietante, a ser refletido por toda a sociedade brasileira. Realidade de duas faces: a boa educação para os ricos e a má educação para os pobres. Há décadas, Demerval Saviani, em seus livros, já denunciava a equivocada escola assistencialista, merendeira. São freqüentes e periódicas as citações de especialistas da educação sobre o decadente ensino das classes menos favorecidas.
O objetivo de toda escola deve ser o de tornar o aluno competente. A escola deve lutar, buscar os meios para realizar este objetivo, para dar aos alunos as ferramentas mentais de ação, a fim de que possam enfrentar o mercado de trabalho, hoje tão exigente. Nunca o livro didático foi tão necessário ao professor. A escolha de um bom livro poderá amenizar a situação do ensino público. Um livro que traga ao professor  instruções detalhadas, que propicie experiências abertas, exercícios práticos, onde se possa praticar o construtivismo. A criança precisa freqüentar a boa escola, desde os primeiros anos de alfabetização, porque a aprendizagem é um processo em que uma etapa influi e explica a outra. A construção do conhecimento exige tempo, é preparação sistemática, gradual, encadeada, ligando os diferentes graus de ensino. Não é um simples “depósito bancário”, usando a expressão do educador Paulo Freire. Não adianta avançar etapas, se a aprendizagem não se concretizou. Hoje, temos bem clara a noção de que o importante não é a quantidade do que se ensina ao aluno, mas a qualidade do que ele aprende.
O desinteresse oficial por uma escola pública de qualidade se constitui em mecanismo de reprodução das desigualdades. Concursos de ingresso ao magistério público há, em que Secretarias de Estado observam com rigor a porcentagem de acertos e erros, aprovando os realmente capazes – como o recente concurso, realizado no Rio Grande do Sul, onde 70% dos candidatos foram reprovados, ou o concurso de ingresso na Bahia, em 97/98, que reprovou cerca de 90% dos candidatos. Secretarias há em que, desconsiderando a má formação, rebaixam o nível de conhecimento, aceitam uma porcentagem de acertos inferior ou bem inferior ao que seria a média das questões, facilitando o acesso  para abarcar o maior número de candidatos, mas não garantem, depois, a qualificação necessária ao padrão requerido pela época. Nessa acomodação política, o aluno pobre é o maior prejudicado, pois que tem aula com professores mal preparados, cuja efetividade não foi fruto de competência. O ensino fica, assim, nivelado por baixo.
Em recente publicação do texto: “Duas experiências de ensino estruturado”, Cláudio de Moura Castro, assessor da Divisão de Programas Sociais do Banco Interamericano do Desenvolvimento, faz uma análise sociológica, cultural do Brasil, das últimas décadas e compara-o aos Estados Unidos. Ambos, diz ele, encontram dificuldades em “criar escolas capazes de oferecer um ensino de boa qualidade aos mais pobres e mais vulneráveis... têm escolas péssimas servindo a essa população”. Ambos têm grande desigualdade na distribuição de renda. Sendo que nos Estados Unidos “a maioria esmagadora é imensamente rica, embora tenha muitos bolsões de pobreza, sobretudo, nos centros urbanos”. No Brasil, ao contrário, temos “uma minoria muito rica e uma grande camada de pobreza, incompatível com nossa renda per capita”. O contraste entre Brasil e Estados Unidos está na grande diferença entre população rica e pobre. Se aqui poucos têm boa escola, lá a grande maioria a tem.
Cada povo tem  a educação que o espelha e a nossa pouco nos engrandece.
O magistério é  vocação sublime,  abre caminhos de esperança, de sonhos, de realizações. O professor é pedra angular, a fundamental na construção do ser humano. Batalhar a educação é batalhar a vida no seu grau supremo da promoção humana e social. Ela é essência, ultrapassa a dimensão circundante do Homem, alcança a dimensão cósmica, quando então, entra em comunhão com a obra do Criador e se torna a grande responsável pelo desenvolvimento sustentável do planeta, pela continuidade de nossa mãe-Terra, em sua missão de gerar novas vidas. “O que acontece à terra, acontece aos filhos da terra” – Seattle, chefe das tribos indígenas Duwarnish – Canadá.
Vimos, em seqüência, espalhando sementinhas, que a seu tempo – esperamos – se revertam no nascimento de árvores frondosas. Outras sementes, juntando-se a estas, romper-se-ão em outras árvores, que, no seu conjunto, formarão o cerne, a frente robustecida de combate, com núcleos de influência, semeando permanentemente. Se cada um fizer a sua parte, o grande encontro virá e coroado da salvadora redenção. Completo essas considerações com meus versos “O sono da combalida educação”.
O SONO DA COMBALIDA EDUCAÇÃO

A educação dorme no leito do atraso,
Sono do descaso, da assistência falida,
Da oscilante ideologia do acaso,
Brotando uma atuação didática abolida.

Quantos caminhos perdidos em sua dormência!
Enquanto dorme, o mau ensino perdura,
A criança se embrenha na estrada da falência,
Os pais choram a perda da visão futura!

Educação é luz, terra em maternidade,
Gera o alimento para o corpo e para a alma,
Sacia o sonho, a desigualdade acalma.

Desperte “Consciência”, alce a vontade política,
Faça da sociedade uma análise crítica,
Distribua o saber em social eqüidade.!

* Supervisora de ensino aposentada.      
(Publicado em maio/2000)

A CRESCENTE ONDA DE VIOLÊNCIA INFANTO-JUVENIL




Izabel  Sadalla Grispino *
Como pode a escola, nessa linha, exercer seu papel de coadjuvante da transformação social? Sabemos que escola e sociedade se integram, se interagem. São interfaces que se refletem, que se completam: uma recebe o produto da outra. O projeto pedagógico da escola deve contemplar a realidade vivida pelo aluno, seu cotidiano; contemplar o contexto socioeconômico-cultural, no qual se insere. A contextualização é matéria-prima do currículo. A análise reflexiva do comportamento social é vital para a performance da escola. Os alunos que a freqüentam saem da sociedade, é dela parte integrante. De que características se reveste a sociedade de hoje?
No cotidiano social vivenciamos a violência, a fome, a corrupção, o desemprego, tudo banalizado pela alta freqüência. Estamos nos tornando uma comunidade anestesiada pela repetida violência, que vai minando o organismo social. Presenciamos uma juventude desajustada, psicologicamente envelhecida, renunciando, no uso da droga, a própria capacidade de sonhar. O número de delinqüência juvenil vem aumentando em progressão geométrica. A miséria moral é a mola crescente desse pejo social.
As causas da violência, apontadas por especialistas, ajudam no entendimento e na colaboração que cada instituição – família, escola, igreja, justiça, polícia... – pode dar. Pesquisas realizadas nessa área mostram várias causas, todas girando em torno da família. A ênfase é dada à desestruturação da família. A destruição do casamento vem trazendo uma amarga fatura. A ruptura familiar produz na criança, no jovem, o “rasgão afetivo”, responsável por um desajuste precoce. É como se diz: “A pobreza material castiga o corpo, mas a carência afetiva corrói a alma”. A ausência de vínculos afetivos gera introspecção, frieza, revolta. Sem carinho, a criança cresce sem referenciais.
Quem não aprendeu amor em casa, dificilmente levará amor para a rua. O numero de casas sem pais vem crescendo assustadoramente. Pais ausentes, filhos delinqüentes. Pais fora de casa, filhos entregues à “babá eletrônica”, com suas nefastas conseqüências.
Família sadia é ainda a melhor receita para uma sociedade sadia. Família que reza unida, permanece unida, nos ensina a Bíblia Sagrada. Coelho Neto já nos dizia: “A família é a célula-mater da sociedade” e a sabedoria popular nos adverte: “Colheremos o amargo fruto que a nossa omissão ajudar a semear”.
O resgate da juventude passa, sem dúvida, pela recuperação da família. O jovem precisa buscar sentido na família.
Preconiza-se, como medida salvadora, a volta da família nos moldes tradicionais, fortificando-se os laços familiares. Não adianta o brilho do intelecto se não houver o brilho de sentimento.
Violência e droga são aspectos afins,  ambas se prendendo à crise familiar. Uma pesquisa do Ibope, realizada em fins do ano passado, em cinco capitais brasileiras, concluiu que os conflitos familiares, o declínio da família, são a principal causa da entrada dos jovens no mundo da droga. De cada 100 adolescentes entrevistados, 35 alegaram que se drogavam para fugir dos problemas familiares. O segundo motivo, a necessidade de ser aceito pelo grupo, vem bem atrás, 15% dos jovens visitados. Um estudo do Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas  (Cebrid), em setembro de 1999, mostrou que 26% dos jovens brasileiros usaram algum tipo de droga, legal ou não. Hoje, esse número, estima-se ser maior. Nas famílias problemáticas, esse índice era bastante superior.
Uma segunda causa apontada pra o crescimento da violência infanto-juvenil são os jogos eletrônicos. Uma pesquisa realizada, durante 5 anos, pela psicóloga Paula Gomide, professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná, com 500 crianças e adolescentes, relata: “Cumulativamente, os efeitos da exposição contínua à violência podem causar sérios danos psicológicos”. Especialistas endossam essa afirmativa, demonstrando forte conexão entre a violência transmitida via entretenimento e sua dramática transposição para a vida real. Um dos videogames de maior sucesso, o Carmageddon, revelou-se um autêntico laboratório de crime e perversão. Um garoto de 12 anos assim se manifestou: “Eu acho dez o Carmageddon. É engraçado ver todo mundo se despedaçando. Eu adoraria poder jogar o carro em cima dos pedestres, principalmente idosos. É legal ver o velhinho sair correndo e a gente atrás”. É uma apologia ao comportamento destrutivo, indiferente ao sofrimento humano, antes, estimulador.
Essa precoce carga de perversidade pode estar na origem de comportamentos patológicos, excessivamente agressivos. No próximo artigo, continuaremos abordando o assunto, refletindo sobre novas causas da violência.
* Supervisora de ensino aposentada.      
(Publicado em maio/2000)
Clique aqui e escolha a sua no Site TonyGifsJavas.com.br