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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Educação Musical

Educação Musical





Por: Jouhilton Estevão



Nos próximos anos muitos músicos, destacando os que possuem a graduação de licenciatura em música estarão inseridos no processo de lecionarem esta disciplina nas escolas publicas  mas, mesmo assim ainda terão muitas vagas a serem preenchidas, já que a demanda será um tanto maior do que se imagina a verdade é que; para muitos músicos que se consideram professor e não têm diploma questionarão o porque de  não estarem  no processo já que conhecem a disciplina, mas entre conhecer, e estar apto a lecionar é um caminho longo a ser percorrido.  Como musico profissional não é garantia de que estes possam lecionar nas escolas. As questões que envolvem o conhecimento pedagógico passam por diversas áreas do saber que vão muito além do  saber, e fazer  musical, é preciso que se conheça leis, que envolve a educação no Brasil e os novos modelos educacionais. Por estes e outros motivos que tenho tocado nestas questões sobre mídias, e formação musical, hoje não cabe mais pensar em musica apenas como uma diversão no sentido de se ganhar dinheiro em apresentações nos palcos seja em teatros ou praças publicas, minha opinião é que, não pensemos em música apenas no sentido performático por que já existem bastantes grupos fazendo isso, e alguns muito repetitivos e com uma linguagem um tanto quanto pejorativa que não focam valores elem de  colaborarem para a destruição do caráter humano. Para mim, a educação musical pode  mudar a realidade de muita gente que tem dom para a música e deseja fazer disso um caminho de tijolos amarelos para a sua vida,  desta maneira, estaremos agregando valores e envolvendo nossos jovens em uma idéia de música que possa realmente ser absorvida Por todos. Mas não podemos nos iludir pensando ser esta disciplina uma verdade absoluta ou  a salvação da Lavoura. A leitura que faço da música nos dias atuais é que todos temos que estar atentos as novas formas musicais desta maneira:  governos, gravadoras, rádio , televisão, artistas consagrados, sociedade civil, órgãos que regulamentam e fiscalizam o setor precisaram se empenhar muito para que possam colaborar fazendo com que tenha sucesso e credibilidade esta nova disciplina que já foi experimentada a muitos anos atrás pelo seu mentor, e precursor (H. Villa-Lobos), Com canto orfeônico. Nesta época o mestre  tivera que viajar por muitas regiões do pais para conhecer a realidade de cada lugar o que tornou possível naquele tempo uma linguagem menos Européia e mais Brasileira para o ensino da musica nas escolas. Isso foi uma tremenda pesquisa, assim nossa musica brasileira foi tomando rumos e formas  e  num país como o nosso, formado por um povo de várias etnias temos mesmo é que fazer com que agreguemos mais valores, tanto no campo educacional quanto no laser. Em algumas escolas Brasileiras já estão trabalhando a disciplina de música mas em outras regiões isso ainda é um sonho, que pode ser realizado  sim. Claro que a arte não vai deixar de ser um objeto de consumo, mas convenhamos que isso não precisa ser apenas de lixo para os nosso ouvidos. Vamos todos colaborar para que os envolvidos possam desfrutar deste pedaço do bolo. O fazer musical vai ser construído a cada dia passo, a passo ao tempo que precisa ser esmiuçado seja da parte do governo e seus representantes reativando assim muito da história da música que hora está de stand by para que no momento adequado possa fluir com liberdade, criatividade, e prazer seguindo em frente com responsabilidade de todas as partes que se interessarem. De uma coisa posso lhes assegurar educação musical é uma coisa muito séria não pensem que vamos para as escolas para brincar de dar aulas, como acontecem em alguns cursinhos de música particular que ficam enganando o aluno e não ensinam como deveriam ensinar dentro de uma escola teremos que cumprir com  os horários, calendário escolar e mais um monte de regras para professores claro que a brincadeira irá surgir mas como elemento de auxiliar no aprendizado e ainda teremos o fantasma dos diários para preencher, se estas normas não forem seguidas cairemos no descrédito de todos.



Perfil do Autor




Nascido em São Mateus Norte do Estado do ES. onde vivo até hoje com minha familia,atualmente curso licenciatura em música pela UFRGS/UFES em EAD gosoto muito de ler escrever, e fazer amigos por onde quer que eu ande

(Artigonal SC #2119531)



Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/educacao-musical-2119531.html

DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM





Por: Cláudia Pietrobon



Dificuldade na leitura e/ou na escrita, com trocas de fonemas, inversões de fonemas e/ou sílabas, junções de palavras, omissões de sílabas ou palavras.
As causas são variadas. Entretanto os elementos constantes são sempre em relação a falhas de percepção visual e auditiva, além do conhecimento da língua.
A habilidade visual ou inteligência visual vai desde a inabilidade do bebê normal de ver bem ao nascer; da criança média ler aos 6 - 7 anos; até a habilidade superior do adulto que lê extremamente bem, em velocidade acelerada, ou dos pintores e escultores.
No tratamento da criança com falhas de percepção visual e/ou trocas de fonemas com semelhanças visuais (ex.: p x d) ou na memorização da forma visual da palavra (ex.: casa X caza). O treino deve voltar-se principalmente para a estimulação da percepção visual (que compreende discriminação visual, posição no espaço, figura e fundo, coordenação viso-motora e memória visual) e a seguir o conhecimento da língua (semântico e gramatical).
A habilidade ou inteligência auditiva parte da inabilidade do bebê de ouvir de maneira compreensível quando nasce e evolui até os 6 anos quando compreende uma conversa, transcreve a palavra falada (a voz interna que nos "dita" a palavra "pa-ra-béns" quando queremos escrevê-la), à extrema habilidade ou genialidade do adulto que ouve e compreende acima da média; aos grandes músicos e compositores.
No tratamento de crianças e adultos com falhas de percepção auditiva, com trocas de fonemas auditivamente parecidos (ex.: t x d; f x v; c x g) ou na memorização da seqüência auditiva da palavra
( ex.: preda em vez de pedra), o treino deve voltar-se para a percepção auditiva que compreende discriminação e memórias auditivas.
A aprendizagem depende basicamente da motivação. Muitas vezes o que se chama de dificuldade de aprendizagem é basicamente "dificuldade de ensino". É sabido que cada indivíduo aprende de uma forma diferente, conforme seu canal perceptivo preferencial. Quando o que lhe é ensinado não o motiva suficientemente, ou lhe chega de forma diferente de seu canal preferencial (de acordo com o canal preferencial de quem lhe ensina), então a compreensão ou o aprendizado não se completa.
A massificação do ensino tem contribuído muito ao aparecimento e aumento dos "distúrbios de aprendizagem".
Quando a aprendizagem não se desenvolve conforme o esperado para a criança, para os pais e para a escola ocorre a "dificuldade de aprendizagem". E antes que a "bola de neve" se desenvolva é necessário a identificação do problema, esforço, compreensão, colaboração e flexibilização de todas as partes envolvidas no processo: criança, pais, professores e orientadores.
O que se vê normalmente é a criança desestimulada, achando-se "burra", sofrendo, os pais sofrendo, pressionando a criança e a escola, pulando de escola em escola, e esta pressionando a criança e os pais, todos insatisfeitos.
É necessário o reconhecimento do problema por um profissional adequado, com treino específico da dificuldade a fim de que a criança supere suas dificuldades, com esforço, colaboração da família e da escola em conjunto acompanhando as etapas de evolução da criança.




Perfil do Autor




Fonoaudióloga graduada pela UNIFEV (Centro Universitário de Votuporanga - SP), Especialista em Linguagem. Especializanda em Psicopedagogia. Aperfeiçoamento em Distúrbios de Aprendizagem. Pós-graduada em Dislexia e TDAH. Atua nas áreas de prevenção e reabilitação nas questões relacionadas à Linguagem oral e escrita, voz, fala e motricidade oral. Realiza assessória Fonoaudiológica em empresas e atendimento clínico, domiciliar e hospitalar.

(Artigonal SC #342804)



Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/educacao-artigos/disturbios-de-aprendizagem-342804.html

domingo, 18 de abril de 2010

Escolha da profissão: como pais e professores podem ajudar?

Por Içami Tiba
Está cada vez mais difícil para os jovens fazerem a escolha da futura profissão. São várias as dificuldades a serem superadas:

•É muito precoce a idade em que têm que optar pela faculdade a cursar;
•existência de muitas profissões que estão nascendo e muitas morrendo pela obsolescência;
•profissões que estão deixando de ser boas pela saturação do mercado;
•profissões que ainda não existem;
•sem preferência nítida do que fazer, pois gostou de tudo - ou nada - do que estudou até o final do colegial;
•abandono da faculdade por não suportar cursar as cadeiras básicas - "não agüento estudar o que não tem nada a ver";
•frequentar a faculdade para realizar o sonho dos pais para depois "realizar seu próprio sonho";
•universitários que ainda funcionam como colegiais;
•usufruir dos status de universitário - liberdade, independência, noitadas etc. - mas não os compromissos acadêmicos - estudar sem ser cobrado por ninguém, organizar sua própria vida etc.;
•preferir um emprego qualquer e ganhar rapidamente o seu dinheiro para não ter que prestar contas aos pais;
•perda de esperança de conseguir um bom emprego assim que se formar; e tantas mais que os que as vive tem suas próprias justificativas.

Minha experiência clínica mostra que nesta década aumentou o número de formados em cursos superiores que trabalham em áreas que não estudaram, e aumentou também o número de filhos trabalhando com os próprios pais.
Vou destacar uma atitude educacional que passa despercebida pela maioria dos pais e educadores nestas escolhas profissionais. É a educação do "você tem que fazer o que gosta"; ou "se faz o que gosta, você nem percebe que está trabalhando"; ou "gosto tanto do que faço, que isto para mim não é trabalho, é prazer"; ou ainda: "para que tirar férias se me realizo e sou feliz no trabalho?"; e, finalmente: "prefiro sair para trabalhar, porque ficar em casa sem ter o que fazer me deixa de mau humor".
Com estas atitudes, os pais podem criar filhos hedonistas - têm o prazer como bem supremo. No entanto, não existe o trem da alegria, onde tudo é só festa. Neste trem tem gente trabalhando, alguém pagando a conta... Trabalhando nem sempre por gostar, mas porque necessita do dinheiro que aquele trabalho gera. Seu bem estar e quiçá dos seus filhos é pago com este dinheiro. Muita gente se divertindo, curtindo a festa, mas quem paga a conta? Hoje é comum ouvirmos o provedor dizer em um conformismo bem humorado "alguém tem que trabalhar nesta família"...
Ou seja, até chegar ao prazer, muito trabalho foi realizado, mesmo sem gostar. Estudar as matérias importantes, gostando ou não, sob o risco de ser reprovado. Treinar com afinco para chegar às melhores marcas pessoais. Disciplina sobre o talento para se atingir o sucesso. Preparar a festa e pôr a casa em ordem depois. Muito empenho e noites sem dormir para vencer acirradas concorrências.
Conquistar um título pode ser uma meta de alguém, mas o difícil é manter este título para se ter o prazer de ser reconhecido como detentor do sucesso. Manter dar muito mais trabalho que conquistar. Muitos conquistam. Poucos mantêm. Para manter enfrenta-se um clima muito perverso, nada prazeroso que é a obrigação de ter que ser o melhor.
Para uma boa escolha profissional é preciso uma boa base de preparo para o sucesso, que pode não ser prazeroso, mesmo gostando da atividade. Se o estudante for guiado somente pelo prazer, jamais chegará ao ponto de desfrutar os resultados de suas conquistas, pois as abandonará na primeira obrigação que encontrar.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O PROFESSOR E O ASSÉDIO MORAL

Dr. Sarkis Joud Bayeh
Vice Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família – Sobramfa Geriatra, Sanitarista e Médico de Trabalho.
Revista nº 22
Editorial -A saúde do brasileiro


O estresse nas grandes cidades e o estresse dos estudantes em época de provas são assuntos que, ultimamente, têm sido largamente comentados. Também é comum ouvirmos as pessoas dizerem que estão estressadas. É importante, porém, não banalizarmos um assunto tão importante.
O estado físico e psicológico do corpo conhecido como estresse pode ser especificado como um conjunto de reações vitais, que facilmente nos revelam a sua função original, a qual difere do significado adquirido
pela palavra ao longo do tempo. Tais reações seriam, entre outras, a defesa ao meio ambiente hostil ou a capacidade de moldar-se a ele.
Em geral, vê-se o estresse de uma forma negativa, como se fosse algo exclusivamente prejudicial ao indivíduo. Entretanto, quando acontece no padrão normal, a reação de estresse é boa, pois fortalece o indivíduo e o prepara para desafios.
No entanto, o senso comum só tem olhos para o “mau estresse”. Trata-se do estado causado pelas mudanças maléficas nos hábitos de vida e na interação com o meio ambiente, no qual perde-se a naturalidade das reações de estresse. As pessoas passam a receber estímulos interpretados pelo corpo como geradores de estresse muitas vezes ao dia, numa freqüência maior do que a capacidade do corpo de eliminar seus efeitos.
No cenário da Saúde Ocupacional, existem diversas situações ligadas ao estresse. Demissão de colegas, medo de perder o emprego, falta de realização econômica e profissional são alguns dos fatores apontados como causas inevitáveis do problema.
Além disso, o recentemente definido e tipificado assédio moral também tem influência sobre os casos de estresse ocupacional.
No caso específico da escola, da mesma maneira que em outros tipos de organização, existe a carência de canais adequados de comunicação entre as chefias e os subordinados, entre o corpo docente e o discente. O trabalho do professor é geralmente solitário, mas ele interage com os superiores de um modo desequilibrado, unilateral.
Professores trabalham e tomam as decisões solitariamente, lidam sozinhos com pressões internas da classe, mas sempre obedecem a ordens de terceiros e sofrem um controle de trabalho muito rígido, tendo de responder a expectativas pré-concebidas. Tal ritmo ocupacional aos poucos vai submetendo o indivíduo ao estresse.
Com base em pesquisas, conclui-se que a faixa predominante de docentes acometidos de estresse está centrada em mulheres de 35 a 40 anos que estão em sala de aula como professoras. Quanto ao tempo de serviço dessas docentes, conclui-se que está entre 9 e 11 anos. A conseqüência mais freqüente foi a fadiga, sobretudo quando a pessoa trabalha mais de 40 horas semanais.
Tais resultados, embora não nos permitam delimitar precisamente causas e conseqüências do problema, possibilitam ao menos alguns questionamentos. A já conhecida emancipação feminina teria suscitado esse tipo de problemas nas mulheres? A mulher tem carga dobrada de trabalho, pois não se dedica apenas ao trabalho profissional, mas também aos filhos e aos serviços domésticos. A faixa etária preponderante parece demonstrar justamente isso. Além disso, a faixa econômica em que se integram as professoras parece não permitir que o trabalho doméstico seja feito por uma empregada do lar.
Devemos levar em conta, também, que a carga horária do trabalho em escolas está sendo subconsi- derada; afinal, o trabalho docente envolve mais do que as horas dedicadas às aulas. Vale ainda dizer que mais de 40 horas semanais de trabalho são simplesmente extenuantes. A legislação se deu conta, há anos, do caráter extenuante da docência, tanto que abrandou o tempo pré-aposentadoria de professores.
Vale a pena começarmos a pensar também numa reestruturação da legislação trabalhista, partindo do viés médico, mas exatamente no sentido oposto ao que se tem visto. Se os legisladores têm encaminhado a questão no sentido de uma flexibilização das leis trabalhistas, talvez valha a pena que o discurso médico se posicione contra essa flexibilização. Colabora para justificar esta posição a constatação de que a partir dessa flexibilização os empregadores tendem a explorar mais os empregados, sobretudo aumentando o número de horas extras, remuneradas ou não (reuniões, “janelas”, plantões), tendo-se em vista que esse incremento de tempo de trabalho provoca males significativos à saúde dos empregados.
Ainda no âmbito das normas trabalhistas, talvez devêssemos pensar no implemento das políticas de controle interno das empresas. No caso das escolas e universidades, esse tipo de controle implicaria a definição de punições efetivas aos desmandos de chefes (coordenadores, diretores) e ao desrespeito a direitos individuais, sobretudo quando se pensa no fenômeno recentemente delimitado e denominado assédio moral. Sobre esse assunto, gostaríamos de nos debruçar com mais atenção. Enquanto a reação natural de estresse responde ao esquema: ameaça Ôreação fisiológica de estresse Ô grande esforço físico Ô relaxamento, diante do assédio moral, como veremos adiante, o indivíduo sofre os efeitos do estresse continuado, reconhecido no esquema: ameaça Ô reação fisiológica de estresse Ô nova ameaça Ô nova reação fisiológica de estresse Ô nova ameaça Ônova reação fisiológica de estresse Ô (...) Ôestresse acumulado.
O assédio moral, fenômeno freqüente desde tempos imemoriais, mas que só na década de 1990 recebeu esse nome e maior atenção, revela-se de incontáveis formas, atitudes e gestos, na maior parte das vezes velados ou dissimulados, circunscritos apenas ao universo do empregador e do empregado assediado. Consiste fundamentalmente em uma atitude de desprezo e desrespeito aos conhecimentos e às capacidades do trabalhador, de perseguição e desqualificação da vítima.
Na definição do psicólogo sueco Heinz Leymann, cujos estudos foram de extrema importância para dinamizar a atual atenção ao assédio moral, trata-se da deliberada degradação das condições de trabalho por meio do estabelecimento de comunicações não-éticas, abusivas, que se caracterizam pela repetição por longo tempo de duração de um comportamento hostil que um superior ou colega desenvolvem contra um indivíduo que apresenta, como reação, um quadro de miséria física, psicológica e social duradouro.
Esses são casos típicos de assédio moral, mas a condição não se resume a isso. Consistem também em assédio moral as situações de humilhação de um funcionário por parte de seu chefe. É o caso do superior que não dá qualquer valor às tarefas efetuadas por seu subordinado, que o menospreza, e que faz questão de deixá-lo bem claro, para este e para os seus colegas de trabalho.
O sofrimento ocasionado por essa situação de perversidade pode manifestar-se pela presença de sintomas persistentes. Dentre os mais freqüentes, podemos citar: dores generalizadas; fadiga; transtornos no sono: insônia ou sonolência excessiva; depressão.
É claro que nem todos esses sintomas aparecem simultaneamente ou em todos os casos de assédio moral. No quadro geral, a saúde mental e física da pessoa é comprometida a partir do abatimento moral que se processa. O constrangimento e a sensação de impotência levam a vítima do assédio moral a degradar sua qualidade de vida e sua condição de trabalho.
Dessa forma, os sintomas e distúrbios anteriormente citados costumam ter longa duração. Mesmo depois que a pessoa deixa de sofrer o assédio, é normal que ainda padeça de seus sintomas, uma vez que tem dificuldade de esquecer o desprezo a que esteve submetida, muitas vezes transformado em experiência traumática.
Em inúmeras ocasiões, a vítima se torna uma pessoa insegura, e muitas vezes é levada ao ostracismo no ambiente de trabalho, sobretudo nos casos em que denuncia aquele que a assediou. Não raras vezes, é acusada de sofrer de “mania de perseguição”, de reclamar indevidamente. No caso do professor, se este abrir o jogo com seus alunos, sabe-se que a demissão é certa.
Sentindo-se culpado por desestruturar o ambiente de trabalho, passado o ímpeto inicial de autodefesa, o trabalhador que sofre de assédio moral perde quase totalmente a capacidade de defender-se. Torna-se confuso, incapaz de discernir o que é normal, o comportamento que se pode esperar de um chefe e o que já se pode entender como abusivo. Nesses momentos, perpetra-se com mais contundência o assédio moral. A percepção de que a vítima já não sabe reagir e não reagirá às suas atitudes permite ao agressor agir mais livremente. Muitos professores declaram que são perseguidos por seus chefes e que, por causa deles, jamais atingirão cargos de chefia.
Dessa maneira, o principal pilar do apoio médico e psicológico deve ser na direção de aumentar a auto-estima do paciente, para que ele possa identificar as situações que constituem assédio e possa sentir-se estimulado a tomar atitudes de enfrentamento.
De acordo com o estudo de Heinz Leymann, fundamentado em entrevistas com vítimas e testemunhas, o assédio moral se manifesta de doze formas diferentes, usualmente conjugadas, as quais resumirei a seguir:
1- Impedir o (a) trabalhador(a) de se expressar; não lhe dirigir a palavra; descon- siderar sua opinião; inter- rompê-lo quando fala.

2-Isolar o (a) trabalhador(a); trocar o trabalhador de sala, separando-o dos demais; privá-lo de meios de comunicação (telefone, e-mail, fax, internet).

3- Desconsiderar o (a) trabalhador(a); difundir rumores, ridicularizar, humilhar; disseminar chacotas a seu respeito; ignorar sua presença; impedir a sua participação em reuniões; creditar a si próprio(a) trabalho do(a) assediado(a).

4- Desacreditar o (a) trabalhador(a); não lhe dar tarefas; obrigá-lo a realizar tarefas que exijam qualificação menor do que a que o trabalhador possui (por exemplo, em fotocopiadoras e arquivos), ou muito superior à sua; determinar a realização de tarefas inúteis, repetitivas; colocá-lo em tarefas degradantes; humilhá-lo diante de seus colegas.

5- Comprometer a segurança e a saúde do (a) trabalha- dor(a); colocá-lo em trabalhos perigosos, penosos ou insalubres; suspender a entrega de equipamentos de proteção individual.

6- Desestabilizar o (a) trabalhador(a); ridicularizar suas convicções religiosas ou políticas, seus gostos, sua situação amorosa ou afetiva; colocar em dúvida sua capacidade de julgamento e decisão; delimitar horários de trabalho incompatíveis com a vida familiar habitual.

7- Impor terrorismo por telefone, e-mail ou correio, muitas vezes em domicílio; controlar com exclusividade os seus horários de chegada, de saída, de ida ao refeitório ou sanitário; convocá-lo para a realização de horas extras apenas para assediar sem testemunhas.

8- Ridicularizar o (a) trabalhador(a); imitar seus gestos, seus trejeitos, sua voz, seu modo de caminhar.

9- Induzir o (a) trabalhador(a) ao erro; fornecer instruções confusas e vagas, ou não dar qualquer instrução sobre a tarefa a ser efetuada.

10- Provocar o (a) traba- lhador(a), com a finalidade de induzir a uma reação descontrolada.

11- Implantar diferenças de tratamento entre trabalhadores que exercem a mesma função ou funções equivalentes; distribuir de forma não eqüitativa as tarefas ou estabelecer desigualdades de remuneração.

12- Praticar desqualificação externa (para fora do local de trabalho), por meio do fornecimento de informações desabonadoras sobre a conduta do (a) trabalhador(a), com desconsiderações e insinuações prejudiciais à sua carreira e ao seu bom nome.

Há um dado importante a acrescentar sobre o alvo do assédio moral. Um estudo da psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen demonstrou que, ao menos na França, o assédio moral é mais freqüente entre trabalhadores de empresas estatais e de serviços públicos. Mais especificamente, ocorre sobretudo com profissionais da saúde e com professores. Acontece, também, mais com mulheres do que com homens.
Vale ressaltar, no entanto, dois detalhes da pesquisa francesa. Em primeiro lugar, o assédio moral parece ser mais freqüente com mulheres grávidas, o que indicaria um esforço para que a mulher deixe o cargo. Por outro lado, entre os homens é encontrada maior resistência em admitir e denunciar os casos de assédio moral, por se sentirem mais envergonhados de sua situação e da desvalorização de seus empenhos e conquistas. Muitas vezes, nem mesmo suas famílias têm conhecimento da situação vivida pelo trabalhador que sofre o assédio.
Quanto a números, pesquisas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que 8,1% da população economicamente ativa da Europa, o que representa um contingente de 12 milhões de trabalhadores, são vítimas de assédio moral. Desse contingente, 26% correspondem a funcionários públicos (sendo que 14% trabalham em setores administrativos e 12% na área de serviços) e 13% a trabalhadores de restaurantes e hotéis.
No Brasil, o INSS publicou, no Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999, uma relação de transtornos mentais e comportamentais relacionados ao trabalho. Entretanto, é absolutamente inexistente qualquer lei ou alteração na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que tipifique e reprima o assédio moral.
Face a um caso de assédio, o único recurso da vítima é proceder à Justiça com base na Declaração dos Princípios Básicos de Justiça para Vítimas de Crime e Abuso de Poder, das Nações Unidas, estabelecida na Assembléia Geral de 29 de novembro de 1985.
Idealmente, todavia, a legislação brasileira deveria ser reformulada de modo a respeitar o artigo 1o da Declaração, que afirma a necessidade de adoção, nacional e internacionalmente, de medidas para assegurar o universal e efetivo reconhecimento dos direitos das vítimas de crime e abuso de poder.
No artigo 18 do anexo dessa declaração, as “vítimas” são definidas como pessoas que, individualmente ou coletivamente, tenham sofrido dano, incluindo físico ou mental, emocional, perda econômica ou substancial restrição aos seus direitos fundamentais, em virtude de atos ou omissões que não constituam ainda violação da legislação penal nacional, mas representam violações de normas internacionalmente reconhecidas em matérias de direitos humanos.
É na definição desses danos, principalmente nos de ordem física, psíquica ou emocional, que nós, médicos, devemos intervir. É inegável que se trata de um caso de saúde pública, sobre o qual temos o dever de intervir, a partir dos conhecimentos que a medicina nos aporta.
O médico deve encontrar caminhos, dentro de sua especialidade, é claro, mas também como ser humano sensível e atuante.
Sempre pelo paciente, sempre pelo ser que nos dispomos a ajudar.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ARAÚJO, José Alberto. Aflição silenciosa. In: Revista Proteção, ed. 138, [pesquisa: 18/9/04].
Relações tempestuosas. In: Revista Proteção, ed. 128, [pesquisa: 18/9/04].
BOTSARIS, Alex. O complexo de Atlas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.
CANÇADO, Patrícia & NEVES, Maria Laura. Quando o chefe vira réu. Revista Época, n. 332, 27 de setembro de 2004.
FLEURY, Suzy. Competência emocional: o caminho da vitória para equipes de futebol. São Paulo: Gente, 1998.
GUIMARÃES, Liliana & SOUZA, José Carlos. Insônia e qualidade de vida. Campo Grande: UCDB, 1999.
PINHEIRO, Raimundo. Medicina psicossomática: uma abordagem clínica. São Paulo: Fundo Editorial BYK, 1992.
SERVAN-SCHREIBER, David. Curar - o stress, a ansiedade e a depressão sem medicamento nem psicanálise. São Paulo: Sá Editora, 2004.
TOTMAN, Richard. Causas sociais da doença. São Paulo: Ibrasa, 1982.
VAISMAN, Sergio. Mulheres e seus hormônios. São Paulo: Mandacaru, 2001.

O que a vítima deve fazer?

•Resistir: anotar com detalhes toda as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).
•Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.

•Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa.

•Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.

•Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.

•Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instancias como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina (ver Resolução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador).

•Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.

•Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania.

Importante:



Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser "a próxima vítima" e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!



Lembre-se:



O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação deliberada das condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a auto-estima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato, das CIPAS, das organizações por local de trabalho (OLP), Comissões de Saúde e procura dos Centros de Referencia em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.



O basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito ’ao outro como legítimo outro’, no incentivo a criatividade, na cooperação.



O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.

Estratégias do agressor

•Escolher a vítima e isolar do grupo.

•Impedir de se expressar e não explicar o porquê.

•Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares.

•Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.

•Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.

•Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o álcool.

•Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou são demitidos/as, freqüentemente, por insubordinação.

•Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.

A explicitação do assédio moral:

Gestos, condutas abusivas e constrangedoras, humilhar repetidamente, inferiorizar, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar, difamar, ridicularizar, risinhos, suspiros, piadas jocosas relacionadas ao sexo, ser indiferente à presença do/a outro/a, estigmatizar os/as adoecidos/as pelo e para o trabalho, colocá-los/as em situações vexatórias, falar baixinho acerca da pessoa, olhar e não ver ou ignorar sua presença, rir daquele/a que apresenta dificuldades, não cumprimentar, sugerir que peçam demissão, dar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas ou mesmo irão para o lixo, dar tarefas através de terceiros ou colocar em sua mesa sem avisar, controlar o tempo de idas ao banheiro, tornar público algo íntimo do/a subordinado/a, não explicar a causa da perseguição, difamar, ridicularizar.



As manifestações do assédio segundo o sexo:

Com as mulheres: os controles são diversificados e visam intimidar, submeter, proibir a fala, interditar a fisiologia, controlando tempo e freqüência de permanência nos banheiros. Relaciona atestados médicos e faltas a suspensão de cestas básicas ou promoções.



Com os homens: atingem a virilidade, preferencialmente.

O que é assédio moral?

Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho.

A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida Barreto. Tema da sua dissertação de Mestrado em Psicologia Social, foi defendida em 22 de maio de 2000 na PUC/ SP, sob o título "Uma jornada de humilhações".



A primeira matéria sobre a pesquisa brasileira saiu na Folha de São Paulo, no dia 25 de novembro de 2000, na coluna de Mônica Bérgamo. Desde então o tema tem tido presença constante nos jornais, revistas, rádio e televisão, em todo país. O assunto vem sendo discutido amplamente pela sociedade, em particular no movimento sindical e no âmbito do legislativo.



Em agosto do mesmo ano, foi publicado no Brasil o livro de Marie France Hirigoyen "Harcèlement Moral: la violence perverse au quotidien". O livro foi traduzido pela Editora Bertrand Brasil, com o título Assédio moral: a violência perversa no cotidiano.



Atualmente existem mais de 80 projetos de lei em diferentes municípios do país. Vários projetos já foram aprovados e, entre eles, destacamos: São Paulo, Natal, Guarulhos, Iracemápolis, Bauru, Jaboticabal, Cascavel, Sidrolândia, Reserva do Iguaçu, Guararema, Campinas, entre outros. No âmbito estadual, o Rio de Janeiro, que, desde maio de 2002, condena esta prática. Existem projetos em tramitação nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, Bahia, entre outros. No âmbito federal, há propostas de alteração do Código Penal e outros projetos de lei.



O que é humilhação?



Conceito: É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.



E o que é assédio moral no trabalho?

É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.



Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o ’pacto da tolerância e do silêncio’ no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, ’perdendo’ sua auto-estima.



Em resumo: um ato isolado de humilhação não é assédio moral. Este, pressupõe:



1.repetição sistemática

2.intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego)

3.direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório)

4.temporalidade (durante a jornada, por dias e meses)

5.degradação deliberada das condições de trabalho

Entretanto, quer seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental, não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses atos.



O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do ’novo’ trabalhador: ’autônomo, flexível’, capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar ’apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um sofrimento perverso.



A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental*, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.



A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos paises desenvolvidos. A pesquisa aponta para distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do ’mal estar na globalização", onde predominará depressões, angustias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na organização de trabalho e que estão vinculadas as políticas neoliberais.



(*) ver texto da OIT sobre o assunto no link: http://www.ilo.org/public/spanish/bureau/inf/pr/2000/37.htm



Fonte: BARRETO, M. Uma jornada de humilhações. São Paulo: Fapesp; PUC, 2000.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Promotor propõe prestação de serviços para coibir violência nas escolas

Semana teve casos de bombas, briga de gangue e até tiro em sala de aula.
Em um ano, 3 mil alunos de 50 escolas tiveram punições alternativas.
Do G1, com informações do Fantástico
Nas últimas semanas, histórias de agressões, ameaças, bombas, brigas de gangues e até tiros na sala de aula tomaram conta do noticiário. Diante de tudo isso, um promotor da infância decidiu agir: criou uma forma eficiente de colocar alunos baderneiros na linha.

Veja o site do Fantástico

“O Estatuto da Criança e do Adolescente não fala só de direitos, ele fala também de deveres e orientações. Nós estamos levando à escola a prestação de serviços em troca de maus atos, no lugar de registrar uma ocorrência policial contra esse jovem que não é infrator ele não é um delinquente, ele é um indisciplinado”, explicou o promotor de Justiça Sérgio Fernando Harfouche.

Por e-mail ou telefone, professores se aconselham com o promotor. E os pais autorizam o castigo, assinando um termo disciplinar. “Eu acho que tem mesmo que ser disciplinado os alunos. Ele vai lavar a quadra e eu achei muito bacana”, disse Eroina Azevedo Barros, mãe de aluno.

Já nos três primeiros meses, nós temos registro de redução de 60% da violência escolar"

“Todo mundo que eu costumo mandar para o diretor, quando volta, volta uma maravilha”, contou o professor Jorge dos Santos. Tata Souza de Carvalho, de 13 anos, era aluna problema e mudou depois de cumprir medida disciplinar na cozinha. “Eu vim lavar as cumbucas, ajudar a entregar as merendas, catar vasilhas nas salas”, explicou Tata.

Tcharles também era da “turma barra pesada”. “Tudo viciado em drogas, tudo andava armado, tudo aprontava, fazia coisa errada”, disse Tcharles Souza de Carvalho, de 16 anos. Teve que cumprir muita medida disciplinar. “Limpei lá na frente, troquei a areia do parquinho, lavei os dois banheiros e varri o pátio.”

“Já nos três primeiros meses, nós temos registro de redução de 60% da violência escolar”, contou o promotor. Em um ano, pelo menos 3 mil alunos em 50 escolas já entraram na linha. Assinam um termo de compromisso com a promotoria da infância e juventude.
A escola onde tudo começou virou referência internacional em gestão educacional. “Eu me encantei pela possibilidade que esse projeto traz do resgate da autoridade do professor, sem autoritarismo”, disse a professora Ester Lorusso.

Vice-diretora de uma escola na periferia de São Paulo, Ester luta para implantar o projeto de Campo Grande onde trabalha o quanto antes. “Hoje a gente já se depara com alunos dizendo que o sonho dele é ser bandido, infelizmente”, contou Ester Lorusso, vice-diretora de escola. “Eu acredito que a consequência desse projeto construirá cidadãos de verdade”.

Casos nas escolas
Cenas de violência foram registradas em uma escola do interior de Minas Gerais, em Ituiutaba. Mas um professor no Rio de Janeiro já viu coisa pior. “Um dia fui impaciente com um aluno, gritei com ele e aí tomei uma ‘banda’, fui ao chão”, afirmou. “Um dos rapazes ficou incomodado, se sentiu ofendido e me deu uma cabeçada e abriu o meu supercílio. Sangrou.”

Na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 29 de março, mais um caso banal de violência em escola foi registrado. Depois de uma briga no pátio, a diretora chama a mãe de um aluno de 12 anos para conversar. O menino agride a diretora, quebra as janelas da escola e a mãe dele ainda arranca a fiação da secretaria para impedir que a polícia seja chamada. Nos registros de violência, há até o caso em que um professor de educação física foi morto.
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O grau de letalidade, o grau de gravidade dessas violências, elas estão cada vez mais severas
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“O grau de letalidade, o grau de gravidade dessas violências, elas estão cada vez mais severas”, disse Renato Alves, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).

Em Uberaba, um rapaz de 16 anos levou uma facada na porta da escola, terça-feira passada (6), ao defender um primo que vinha sendo ameaçado pelos colegas. Em Sobral, no Ceará, um adolescente levou um tiro dentro da sala de aula depois de discutir com um aluno. Em Marília, no interior de São Paulo, três bombas explodiram numa escola em menos de uma semana. Um menino de 13 anos perdeu um dedo da mão.

Esse sistema de escola está falido. Ou se muda ou a gente não vai ter mais porque educar essas crianças nesse modelo de escolarização. Porque “onde você tem violência, não tem aprendizado”
“Esse sistema de escola está falido. Ou se muda ou a gente não vai ter mais porque educar essas crianças nesse modelo de escolarização. Porque onde você tem violência, não tem aprendizado”, declarou Renato Alves.

“Nós tivemos alunos atirando dentro da escola e nós tivemos que sair correndo com a criançada, colocar para baixo de uma mesa”, contou a professora Maria de Fátima Colman. “A gente no recreio não dava para sair, tinha que ficar na sala por causa das gangues que a gente tinha medo de encrencar com a gente”, disse Avelina Aparecida Cardoso, de 13 anos.

Cenas de violência já foram comuns numa escola em Campo Grande. Troca de tiros, um aluno foi morto diante dos colegas. Foi a gota d'água para que uma grande transformação acontecesse lá dentro.

“Não chegava a 10% a participação dos pais, hoje nas reuniões chega a 90, 100%”, contou Valson Campos dos Anjos, diretor da escola.

Em abril do ano passado, a promotoria da infância e juventude de Campo Grande embarcou numa parceria que hoje conta com mais de 30 mil pais e 8 mil professores do município.

LINK DA NOTÍCIA


http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1565578-5598,00.html

domingo, 11 de abril de 2010

Livros das listas dos vestibulares de 2010

A Alma Encantadora das Ruas - João do Rio

A Ilustre casa de Ramires - Eça de Queirós

A Pele do Lobo - Artur Azevedo

A cidade e as Serras - Eça de Queirós

As primaveras - Casimiro de Abreu

As vítimas algozes - Joaquim Manuel de macedo

Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente

Capítulo dos chapéus - Machado de Assis

Cartas Chilenas - Tomás Antônio Gonzaga

Contos Gauchescos - João Simões Lopes Neto

Dom Casmurro - Machado de Assis

Inocência - Visconde de Taunay

Iracema - José de Alencar

Lira dos Vinte Anos - Álvares de Azevedo

Lucíola - José de Alencar

Marília de Dirceu - Tomás Antônio Gonzaga

Memórias de um sargento de milícias - Manuel Antonio de Almeida

Mensagem - Fernando Pessoa

O Cortiço - Aluísio Azevedo

O crime do Padre Amaro - Eça de Queirós

O demônio familiar - José de Alencar

O primo Basílio - Eça de Queirós

Os Bruzundangas - Lima Barreto

Pai contra mãe - Machado de Assis

Papéis Avulsos - Machado de Assis

Quincas Borba - Machado de Assis

Recordações do escrivão Isaias Caminha - Lima Barreto

Sarças de fogo - Olavo Bilac

Senhora - José de Alencar

Auto ajuda

Autoconhecimento na formação do educador

O autoconhecimento é imprescindível para todo ser humano que busca viver de modo íntegro, proveitoso e feliz. Já se sabe isso desde Sócrates, autor do famoso enunciado "conhece-te a ti mesmo". Para o educador, esse processo é fundamental a fim de que possa cumprir um papel maior, transmitindo, junto com os conteúdos, valores adequados aos seus discípulos. Esta obra percorre a história da humanidade do ponto de vista do educador, na concepção de Ruy Cezar do Espírito Santo. Quando o mundo passou da "adolescência" para a "maturidade", no pós-guerra, teriam surgido a consciência ecológica e pensadores de porte, como Theilhard de Chardin, Jung e Paulo Freire, que retomaram a questão do autoconhecimento. São textos curtos entremeando assuntos que engrandecem todo leitor, na linguagem clara e poética que caracteriza os escritos e as palestras deste apaixonado professor.
Autor: RUY CEZAR DO ESPIRITO SANTO
Editora: Ágora
ISBN: 9788571830257
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 104
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

Livros interessantes

Escola e Democracia
Sinopse
O livro "Escola e Democracia" é uma tentativa de esclarecimento da situação da Educação, senão ao menos uma melhor compreensão de sua relação com os diferentes aspectos da sociedade, da história e dos momentos políticos.
Na primeira parte do livro o autor destaca as "teorias não-críticas" da educação que, segundo o mesmo, não consideram os problemas e a estrutura social como influenciadores da educação. Estas teorias "já encaram a educação como autônoma e buscam compreendê-la a partir dela mesma".
Destaca também as diferenças entre a pedagogia tradicional, a nova e a tecnicista e sua relação com o problema da marginalidade






A Cabana

Resumo do livro

Durante uma viagem em um fim de semana, a filha mais nova de Mack Allen Phillips é raptada. Há evidências de que ela foi brutalmente assassinada em uma cabana abandonada.
Após quatro anos vivendo muito triste, causada pela culpa e pela saudade da menina, Mack recebe um bilhete estranho, que teria sido escrito por Deus, convidando-o para voltar à cabana onde aconteceu a tragédia.
Apesar de desconfiado, ele vai ao local do crime em uma tarde de inverno e adentra passo a passo no cenário de seu mais terrível pesadelo. Mas o que ele encontra lá muda o seu destino para sempre.
O livro A Cabana levanta um questionamento: se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar o nosso sofrimento?
Trechos do livro
Março desatou uma torrente de chuvas depois de um inverno de secura anormal. Uma frente fria desceu do Canadá e foi contida por rajadas de vento que rugiam pelo desfiladeiro, vindas do Leste do Oregon. Ainda que a primavera certamente estivesse logo ali, depois da esquina, o deus do inverno não iria abandonar sem luta seu domínio conquistado com dificuldade. Havia um cobertor de neve recente nas Cascades, e agora a chuva congelava ao bater no chão do lado de fora da casa. Motivo suficiente para Mack se enroscar com um livro e uma sidra quente, aconchegando-se no calor do fogo que estalava na lareira.
Mas, em vez disso, ele passou a maior parte da manhã no computador. Sentado confortavelmente no escritório de casa, usando calças de pijama e uma camiseta, ele deu telefonemas de vendas. Parava com freqüência, ouvindo o som da chuva cristalina tilintar na janela e vendo o acúmulo vagaroso mas constante do gelo lá fora. Estava se tornando inexoravelmente prisioneiro do gelo em sua própria casa – e com muito prazer.

sábado, 10 de abril de 2010

É preciso atrair os melhores candidatos a professor

Estudo revela: poucos jovens querem ser professores. Saiba o que você, gestor, pode fazer para mudar essa situação
Rodrigo Ratier (rodrigo.ratier@abril.com.br). Com reportagem de Fernanda Salla e Ivan Paganotti

Uma profissão desprestigiada: carreiras ligadas à docência aparecem mal colocadas na lista de preferências dos jovens do Ensino Médio
Quando se fala em escolha profissional, uma impressão parece ter se espalhado pela sociedade: cada vez menos jovens querem ser professores. A julgar por uma pesquisa encomendada pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC), essa ideia - infelizmente - está correta. De acordo com a sondagem, somente 2% dos estudantes do Ensino Médio tem a Pedagogia ou alguma licenciatura (as duas carreiras mais ligadas à sala de aula) como a opção principal no vestibular.

Patrocinado pela Abril Educação, pelo Instituto Unibanco e pelo Itaú BBA, o estudo ouviu 1.501 alunos de 3º ano do Ensino Médio em 18 escolas públicas e privadas de oito cidades do país. Nos dois tipos de instituição, as profissões da área educacional estão longe dos primeiros colocados no ranking de escolhas para a faculdade (leia os gráficos acima). Nas públicas, a Pedagogia surge no 16º lugar e, nas particulares, em 36º. "Essas informações confirmam que a carreira tende a ser procurada por jovens vindos da rede pública, que em geral pertencem a nichos sociais menos favorecidos", afirma Bernardete Gatti, da FCC e coordenadora da pesquisa.

É um perfil semelhante ao dos atuais universitários da área. Segundo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), 80% dos graduandos em Pedagogia cursaram o Ensino Médio em escola pública (68% fizeram todo esse segmento nesse tipo de instituição). O pior: 30% deles são recrutados entre os alunos com piores notas. Ou seja, os poucos que querem ser professores são mal qualificados.

Para entender melhor as razões da baixa atração, a pesquisa montou grupos de discussão que reuniram 193 alunos. Para a maioria dos jovens, a docência é desgastante, desvalorizada socialmente e mal remunerada. Os baixos salários foram apontados pelos 40% que chegaram a cogitar a docência como razão para não considerá-la como uma opção de carreira.

O Brasil já sente as consequências dessa percepção: apenas no Ensino Médio e nas séries finais do Ensino Fundamental, o déficit de professores com formação adequada à área em que lecionam chega a 710 mil, de acordo com estimativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep). "Nossos pais não querem que sejamos professores, mas esperam que existam bons professores. Assim, fica difícil", afirmou em um dos grupos de discussão uma estudante de escola pública em Feira de Santana, na Bahia, resumindo o problema com espantosa clareza.

Os caminhos para atrair bons profissionais para as salas de aula

Com o quadro mapeado, o estudo optou também por propor alternativas para reverter a situação. A FVC e a FCC convidaram 17 especialistas de diversas áreas da Educação para um debate em novembro do ano passado. O resultado foi um rico conjunto de ideias para selecionar bons professores e manter os melhores na sala de aula. O consenso é de que deve-se atacar o problema por diversas frentes, oferecendo salários iniciais mais altos (os atuais ainda se encontram em patamares inferiores aos de outras profissões que exigem curso superior), propondo bons planos de carreira (substituindo uma progressão que hoje é baseada quase exclusivamente no tempo de serviço), melhorando a formação inicial (muitos docentes largam a carreira por estar despreparados para ensinar), resgatar o valor do professor na sociedade (por exemplo, noticiando mais as boas experiências em sala) e tratá-lo como profissional (a matéria-prima de seu trabalho é o conhecimento didático e não algum tipo de dom, como pensam muitos jovens).

Implementar a maioria dessas proposições está sob a responsabilidade da União, dos estados e dos municípios. Mas existe outro conjunto de medidas que diz respeito diretamente ao cotidiano na sala de aula. É o caso, por exemplo, do planejamento da formação continuada. Entender o que os professores de cada escola precisam aprender - não apenas para fazer os alunos avançar, mas também para que permaneçam satisfeitos e atuando com qualidade - é algo que deve estar no radar dos gestores escolares. Quase sempre, a melhor alternativa é realizar esse trabalho dentro da própria escola. "Um coordenador pedagógico que discute com os docentes suas necessidades específicas dá mais segurança à equipe. Os cursos externos em universidades e instituições de treinamento nem sempre são suficientes para atacar os problemas localizados", explica Bernadete. O papel do diretor, por sua vez, aparece com força quando se trata de melhorar as condições de trabalho tanto em relação à estrutura material da escola quanto à convivência no ambiente escolar - combatendo, por exemplo, a violência, um dos fatores que mais afugentam docentes em atividade e potenciais candidatos. Nesse ponto, a integração com a comunidade é essencial para que o papel social da escola e seu espaço sejam respeitados.

O investimento na gestão para a convivência pode ajudar - e muito - para que se crie outro fator de atração para a docência. É o que os especialistas chamam de "oferecer uma boa experiência escolar". A ideia é simples: se durante a vida acadêmica o estudante realmente aprendeu e desenvolveu uma boa relação com professores e colegas, tenderá a pensar mais na possibilidade de escolher a docência quando chegar a hora do vestibular. "Atualmente, isso é importante sobretudo na rede pública, pois é de lá que vem a maioria dos professores. É lá que mais precisamos de bons exemplos", afirma Marli Eliza de André, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Trilhando esse caminho, você pode ajudar a atrair os bons candidatos de que o país tanto precisa para melhorar a Educação.
Fonte: Edição 006 | Fevereiro/Março 2010-Gestão Escolar
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